Em seu Paraíso, Dante descreve muito bem os elos de luz envolvendo um ponto que dardejava uma luz tão intensa que o olho aberto não poderia suportar seu esplendor. Este é o símbolo-espiral das Hierarquias. Os primeiros círculos mostraram-te os serafins e querubins, atraídos com tão grande velocidade para se assimilarem à essência divina tanto quanto podem, e tanto mais podem quanto mais perto estão para contemplá-la. Os demais amores que lhe vão em torno chamam-se tronos do divino olhar, porque terminam o primeiro ternário; e hás de saber que todos gozam de uma bem-aventurança proporcionada à penetração com a qual aprofundam a verdade em que se acalma a inteligência. Daqui pode-se deduzir como consiste o ser bem-aventurado no fato de ver, não de amar, que é secundário; e a medida desse ver é o prêmio, gerado pela graça e pela boa vontade, procedendo-se assim de um grau a outro.
DANTE ALLIGUIERE
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